Autonomia Vs Vergonha

Autonomia x Vergonha: a 1ª fase da independência no nosso desenvolvimento

Autonomia x Vergonha: a 1ª fase da independência no nosso desenvolvimento

A primeira fase do impulso masculino das nossas vidas é marcada pela busca da nossa autonomia.

Esse artigo é uma continuação do artigo anterior, quando eu comecei uma séries explorando as energias do masculino e feminino durante o nosso desenvolvimento.

Faço a correlação do desenvolvimento fisiológico e psicológico e dos ciclos astrológicos (pense em ciclos astrológicos como ciclos da natureza).

No artigo anterior, eu trouxe a perspectiva da primeira fase da vida até os dois anos, chamada de fase oral.

A fase seguinte do nosso desenvolvimento é a anal.

Desde já eu te convido à observar as associações automáticas na sua mente quando você lê a palavra “anal”.

Essa fase ocorre aproximadamente entre os dois aos quatro anos de idade.

Autonomia Vs Vergonha

Principais tópicos desse artigo

Nova fase: Autonomia

Nessa fase o tema é a autonomia.

Por se tratar de autonomia, os arquétipos focalizados nessa fase da vida são o Sol e Marte.

Nossas expectativas inatas e nossos padrões arquetípicos são exteriorizados.

As questões centrais nessa fase da vida passam a ser:

  • “como me sinto a meu respeito?”
  • “que tipo de pessoa eu sou?”
  • Também: “sou poderoso e eficiente”, ou “sou sujo, aborrecido, mau e impotente”

Outra questão de primordial importância é a que surge durante essa fase de “quem decide?: Você ou eu?”

A mãe ou a criança? Durante a fase anal, estabelecemos maiores individualidade e autonomia.

 

A Fase Anal

A fase anal recebe esse nome porque a região do corpo associada com essa fase são os esfíncteres e os esforços da criança nessa fase giram em torna da habilidade de controlar os músculos dos esfíncteres.

Isso se relaciona diretamente com certas mudanças fisiológicas: durante essa fase estamos ficando mais coordenados e o âmbito da nossa influência está se ampliando.

Aprendemos a andar e a falar, podemos começar a explorar o mundo.

Desde que nos sintamos razoavelmente seguros e desde que o ambiente não seja repressivo demais, nós naturalmente apreciamos nossa crescente autonomia e independência.

 

Autonomia X Vergonha e Dúvida

A crescente habilidade de movimentação e atuação no mundo coloca a criança diante da frustração da limitação das suas habilidades limitadas e de seu tamanho.

Há limites para o que a criança tem permissão para fazer ou dizer.

A mãe se zanga e repreende se a criança deseja a autonomia que a coloque em perigo ou diga algo que a mãe não gosta.

Então a criança sente-se envergonhada e desajeitada.

É por essa razão que Erikson enfatiza o dilema de “autonomia versus vergonha e dúvida” para essa fase.

Não é à toa que a linguagem popular associa a palavra “merda” com algo ruim, desprezível, indesejável.

A mãe assume o papel da grande negadora

Se durante essa fase, ao expressar a sua autonomia e individualidade, a criança é castigada ou agredida, ela desenvolverá a sensação de que é má e impotente perante a vida.

Mais tarde, quando quiser expressar a sua vontade ou afirmar a sua independência, isso pode ser acompanhado por insegurança e ansiedade.

Quando o ambiente em que a criança foi criada era repressivo ou crítico demais:

  • Nesse caso, a pessoa poderá crescer acreditando que não deve ousar ser ela mesma ou que precisa dos outros para que eles lhe digam o que fazer.
  • Ela se sente culpada por desobedecer à autoridade ou por defender os próprios direitos. A sensação é que a vida é mais forte.

 

A luta pela autonomia

Controlar os esfíncteres é o primeiro grande ato social.

Esse é o símbolo dos outros conflitos que atravessamos na luta para nos tornarmos sociáveis.

Para a maioria da pessoas, a mãe é a primeira influência socializante que experimentamos.

 

Autonomia & Independência: Imagens autoritárias, Auto afirmação, Auto controle e Poder

Os temas que envolvem imagens autoritárias, auto afirmação, auto controle e poder são trazidos à tona nessa fase da vida.

Se a mãe assume uma postura autoritária e afirma para a criança: “você só faz quando eu mandar” ou “você só faz o que eu lhe disser”, a criança criará a expectativa futura de que as pessoas que detém a autoridade são cruéis, ásperas e descorteses.

Se a mãe lhe impuser a vontade dela, a criança passa a não acreditar na sua própria autoridade e na sua capacidade de agir como um indivíduo.

Existe a situação inversa também: se a mãe for acomodada demais e permitir que você faça sempre o que quiser, a criança forma a conclusão de que só a sua vontade é que vale – só conta o que ela quer – e a criança sofre para se adaptar no mundo.

Também existe o caso da mãe imprevisível: algumas vezes ela força a criança ao treinamento higiênico, outras vezes ela a deixa à vontade para fazer como quiser.

A criança cresce com uma mensagem dupla, sem saber se o que ela deseja está certo ou não:

Nesse caso, ela ficará confusa quando deve impor a sua vontade e quando não.  Quando deve controlar a situação ou não.

E isso causará muita confusão na sua vida futura.

Criatividade

De uma maneira muito curiosa, o treinamento higiênico está relacionado com a questão da criatividade: crianças sentem orgulho das suas fezes. Foi ela quem fez!

A criança não sente vergonha delas, mas acaba por aprender que são consideradas feias e desagradáveis.

Um dos padrões que se manifesta na fase anal é sobre se o que nós produzimos é aceitável ou inaceitável, se é algo bom ou algo mau.

Isso se reflete mais tarde na vida com as nossas expectativas de como o mundo aceitará as nossas criações.

No período escolar e na vida adulta em todas as interações com grupos, quando você diz algo inoportuno ou que ninguém entende, você se envergonha e gostaria de sumir…

... Existem partes suas que a sua mãe não aprova! (E isso é alarmante!)

Se pelas circunstâncias dessa fase do seu desenvolvimento, você acreditou que você estava produzindo algo sujo e vergonhoso, ficará com a sensação de que o que afirmar e demonstrar será indesejável.

Durante a fase anal, a criança descobre que há partes dela que a mãe não aprecia. Isso é motivo de alarme porque você ainda precisa do amor dela para sobreviver!

Criar algo de que a sua mãe não gosta faz você sentir medo e vergonha.

Se essa conclusão permanece, mais tarde na vida, criar algo que o grupo do qual você participa não aprova, aciona os mesmos sentimentos.

Pegou a ideia?

Autonomia, Independência e as Correlações Astrológicas: Sol e Marte no mapa natal

A posição do signo e os aspectos do Sol e de Marte em especial são exteriorizados e assumem forma durante o estágio anal.

O Sol é o impulso para sermos indivíduos independentes e Marte se relaciona com o modo como afirmamos nossa vontade.

Desde o nascimento e antes do seu primeiro treinamento social, você já tinha uma predisposição inata para que certas coisas aconteçam quando afirma a sua individualidade, ou quando se expressa criativamente, ou quando se revolta contra a vontade de outra pessoa.

Uma pessoa que tem o Sol ou Marte em bom aspecto com Júpiter se sente muito bem quando manifesta a sua personalidade.

Outro exemplo: se a pessoa tem o Sol ou Marte num aspecto difícil com Netuno, quando tenta se impor ou criar algo, se sentirá insegura, desconfiada, ou culpada de afirmar a sua vontade.

 

Um estudo de caso:

Um homem que tinha uma quadratura (um aspecto difícil) do Sol com Netuno. 

Esse homem fez uma associação que o perturbou durante muitos anos:

Quando ainda era uma criança pequena, ele entrou no quarto da avó e descobriu que ela estava morta.

Ele cresceu acreditando que foi ele que causou a morte da avó!

Esse tipo de associação não me surpreendeu porque Netuno obscurece tudo aquilo que toca.

O homem continuou carregando a fantasia da criança que acreditou que tinha causado a morte da avó.

Na vida adulta, apesar de ser um profissional dedicado, era sempre ignorado para ser promovido. Os patrões diziam que ele não tinha a motivação adequada para outros cargos.

Ele certamente se beneficiaria de EFT.

O Sol ou Marte em aspecto desarmônico com Saturno podem causar uma sensação de bloqueio da auto afirmação.

Autonomia vs Depressão: “locus de controle”

Um psicólogo chamado Martin Seligman (citado por Irvin Yalom, no livro Existential Psychotherapy) pesquisou que tipos de pessoa sentiam depressão e os motivos que a levavam a senti-la.

Sua teoria leva o nome de “Modelo de depressão do desamparo aprendido”.

Ele descobriu que a depressão se relacionava com a experiência de aprender cedo na vida que os resultados não dependem do nosso controle.

Ele avaliou algo que denominou de “locus de controle”: se a pessoa acredita ter a habilidade de criar a própria vida, então terá certa influência ou poder sobre os acontecimentos e, nesse caso, terá um locus interior de controle.

Entretanto, se sentir que o que lhe acontece está além do seu controle, então a pessoa terá um locus exterior de controle.

Seligman descobriu que pacientes com depressão tendem a ser pessoas com locus exterior de controle:

Elas perderam a crença de que possuem o poder de agir no próprio interesse ou de influenciar o seu mundo empírico.

Elas então desenvolvem uma sensação de desamparo e de falta de esperança.

Há correlações astrológicas que podemos associar a teoria de Seligman. Citei algumas acima.

Pessoas que sentem o próprio poder ou influência difusos, pessoas que tem a impressão que sua vontade ou expressão são muito limitadas, para citar alguns exemplos, são candidatas à desenvolver o que Seligman chamou de locus exterior de controle.

A Aventura da sua vida: um processo contínuo

Você é um ser em contínuo desenvolvimento.

Não existe um momento na sua vida em que você pare e se aposente de você mesmo(a).

A sua individualidade, a sua autonomia, a afirmação positiva de quem você é, é um processo contínuo na aventura chamada de: sua vida.

Essas são as forças masculinas simbolizadas pelo Sol e por Marte em você!

As memórias do passado registradas na sua história de vida e no seu corpo dizem respeito ao símbolo lunar na astrologia.

Muitos de nós se beneficiam muito do que eu chamo de um processo de resgate da criança.

Sejam quais forem os registros que você tenha da fase da sua infância descrita nesse artigo, há caminhos para resgatar ou atualizar essas potências na sua vida hoje.

A terapia não é somente um processo analítico. Ela também é um processo energético e corporal para facilitar mais saúde e mais satisfação para viver a grande aventura da sua vida.

No que eu puder facilitar processos para você, será uma alegria para mim.

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