Constelação Familiar: do amor cego ao amor que vê
Pais e filhos
Relação entre casais
Amor entre gerações

Amor de vínculo
O que enreda?
O que libera?
O método é formidável para representar processos psíquicos e vinculações familiares:
A Constelação Familiar reflete os processos no inconsciente familiar e coletivo
O amor e as suas consequências:
A relação entre pais e filhos, relações entre casais, o fluxo da vida e o amor entre as gerações
Os fatores que inibem o fluxo da vida e do amor são encarados nesse método, como vou descrever mais abaixo.
Mas para facilitar o seu entendimento, vou explicar aqui sobre vínculo e liberação.
Para isso, 3 perguntas são essenciais de investigar:
- O que enreda uma pessoa no destino das outras na família?
- O que libera de tal enredamento?
- Como o amor pode ser bem sucedido?
Somos reciprocamente ligados à nossa família
Essa ligação existe de um modo muito profundo e muitas vezes inconsciente, uma vez que na nossa gestação e nascimento temos a necessidade dos cuidados dos nossos pais para sobreviver e crescer.
O amor de vínculo é a força da vida que vem antes do amor pessoal e mantém os grupos unidos para gerar, manter e desenvolver a vida.
Através do amor de vínculo, estamos profundamente ligados a outras pessoas.
Esse amor é a força que causa a consciência que protege a sobrevivência do grupo e o desenvolvimento da vida.
É essa consciência que diz o que você precisa fazer para poder pertencer ao grupo e o que precisa evitar para não ser punido ou excluído/ excluída.
O comportamento correto segundo essa consciência é avaliado em função da necessidade de pertencer ao grupo.
Pertencer, Ordenar, Equilibrar: os 3 níveis de consciência
Pertencer
Sobre pertencer ao grupo, temos a “boa consciência” quando fazemos algo que nos permite pertencer a ele, sendo acolhidos e respeitados pelos seus membros.
E temos a “má consciência” quando nos comportamos de forma que somos excluídos e perdemos a segurança que o grupo oferece.
Ordenar
A ordem se refere à posição ou lugar de hierarquia que assumimos no grupo.
Aqui, a “boa consciência” é quando nos atentamos às regras vigentes e temos a “má consciência” quando desrespeitamos as hierarquias, as regras, as verdades e os temas considerados tabus pelo grupo.
Equilibrar
O equilíbrio é em relação ao dar e receber e à percepção dos direitos e deveres.
A “boa consciência” aqui é quando por ter dado, recebemos o direito de receber algo. Também quando contribuímos para nivelar desequilíbrios.
A “má consciência” aqui é quando ocasionamos desequilíbrios e injustiças que ameaçam a união e a paz do grupo.
Nas constelações familiares nós nos deparamos com os temas de vida e morte, com o que faz a vida e o amor fluírem e o que cria estagnação, doença e sofrimento
Nós olhamos para acontecimentos difíceis, para vítimas e agressores, olhamos para a verdade e para a mentira, para a culpa e para a justiça.
Presenciamos o ódio e os processos de reconciliação, presenciamos as retribuições – no bem ou no mal, os segredos e as confidências.
O que importa nas constelações é permitir o fluxo da vida

Isso requer muitas vezes a superação de traumas. Não apenas dos traumas que resultam das experiências pessoais, mas na constelação familiar olhamos principalmente para traumas de outras pessoas que estamos ligados pelo amor de vínculo.
E esse amor de vínculo é muitas vezes um amor cego, que leva a um desejo de compensação, deslocado no tempo e no espaço.
Uma mulher pediu numa sessão individual para lidar com problemas com seu marido e com as crianças.
A constelação com figuras mostrou que o problema era bem mais profundo.
Seus pais eram imigrantes judeus e vieram da Europa para o Brasil. A família da mãe toda foi morta num campo de concentração.
Na mesa foram colocadas várias figuras representando os membros da família, e à frente deles, a mulher e sua mãe.
Ao ser perguntada que movimento a sua mãe gostaria de fazer, a mulher colocou a mãe junto das figuras representando os mortos da sua família, e chorou.
Pela primeira vez ela olhou conscientemente para todos os que foram assassinados e sentiu uma enorme ternura pela mãe.
Percebeu que a mãe sempre esteve atraída pela morte para unir-se à família assassinada. E pode deixar o destino difícil dos seus familiares com eles e olhar com maior presença para a relação com o marido e seus filhos.
Como acontece um atendimento:
As constelações são feitas num trabalho de grupo ou em atendimentos individuais.
O processo começa com a questão que o/a cliente quer constelar. A atitude e a postura com que a pergunta é feita fornece informação ao terapeuta sobre a sua disposição e energia para resolver o seu problema através da constelação.
A constelação familiar é um método sistêmico e isso significa que o terapeuta vê no/na cliente o sistema familiar e a comunidade de destino a que ele está vinculado.
O trabalho é muito facilitado quando o cliente formula com clareza o seu problema e o que deseja obter na constelação.
Para o bom êxito de uma constelação familiar, é preciso que o/a cliente tenha um pedido essencial.
Os Bons Efeitos
O trabalho das Constelações Familiares ajuda em muitas áreas da vida.
As Constelações Familiares ajudam a:
- Resolver conflitos conjugais e conflitos familiares
- Solucionar problemas na escola e no trabalho
- Resolver conflitos dos filhos com seus pais
- Encontrar paz familiar ou paz na alma
- Superar o luto
- Melhorar comportamentos inadequados de crianças
- Diminuir riscos de suicídio e de acidentes
- Fortalecer a energia da vida

São relatadas melhoras de sintomas, por exemplo, em casos de medos inexplicáveis, de comportamentos compulsivos como bulimia e anorexia.
Melhoras em crianças mostram-se mais rápidas do que em adultos. Isso acontece especialmente porque as crianças não estão funcionando com um “programa” assentado.
Dependentes químicos geralmente necessitam de ajuda médica e suporte específico (como narcóticos anônimos, por exemplo) mas as constelações familiares podem proporcionar um grande alívio no que diz respeito ao condicionamento anímico.
Compreender as leis sistêmicas e reconhecer o seu lugar na sua família de origem traz efeitos muito revigorantes.
Alguns processos são muito suaves e outros são profundamente comoventes.
O processo da minha formação em Constelação Familiar foi de de 2009 a 2011 com a pioneira do método no Brasil, a alemã Mimansa Erika Farny