Medo De Abandono

O medo de abandono e a criança em cada um de nós

Difícil de admitir e ainda mais de experimentar, o medo de abandono existe em cada um de nós.

Nesse artigo eu exploro esse medo profundo como parte da nossa condição humana e apresento algumas possibilidades de lidar com ele e fazer algo de bom para a sua vida a partir desse reconhecimento.

Medo De Abandono

Começo colocando em perspectiva o medo de abandono como parte do arquétipo do inocente que vive em cada um de nós.

Arquétipos são modelos coletivos e quando a atenção se volta para o arquétipo do inocente, estou me referindo às informações que todos nós carregamos sobre sobrevivência.

Caso você queira saber mais sobre esse arquétipo, eu fiz uma live só sobre esse tema. Você pode assisti-la no youtube

Pense da seguinte maneira: para o bebê, ser abandonado pela mãe significa risco de morte. A mãe é o mundo do bebê e a sua sobrevivência depende dos cuidados da mãe.

Essas informações continuam presentes em nosso sistema mesmo enquanto adultos.

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Necessidade de Segurança

Tanto o medo de abandono como a necessidade de segurança fazem parte do arquétipo do inocente presente em todos nós.

Acontece que existe uma diferença entre as necessidades de segurança presentes num bebê e num adulto. A sua mente racional sabe disso, já a sua mente subconsciente pode não saber.

Mais adiante vou seguir com o processo do desenvolvimento de maturidade psicológica como um processo para lidar com os medos infantis.

Mas por enquanto quero explorar mais um pouco com você sobre as características presentes no arquétipo do inocente para que você tenha uma visão mais clara adiante de como lidar com o medo de abandono.

Esse arquétipo é o início da nossa jornada por aqui, e da mesma forma que uma criança acredita nos pais, caso não aconteça um desenvolvimento psicológico posterior, essas figuras de autoridade serão projetadas em outras pessoas durante a vida adulta.

As Projeções

A mente projeta. É da natureza da mente projetar.

No caso em questão, um adulto identificado com um estado mental infantil vai projetar em figuras em posição de liderança as necessidades de segurança e proteção.

É o caso de adultos que ou tem medo ou acreditam cegamente em figuras de autoridade: sejam elas da chefia no trabalho, líderes políticos, líderes religiosos.

Tanto no medo quanto na fé cega essas pessoas estão revivendo um estado psicológico que foi vivenciado muito cedo na vida.

Nesse estado mental, a pessoa geralmente nega a realidade pessoal ou coletiva, nega os problemas e acredita que qualquer coisa aprovada pelo grupo em que ela pertence como certa e qualquer coisa desaprovada pelo grupo como errada.

A noção de segurança nesse estado mental e emocional está ligado ao pertencimento ao grupo.

Assumir um ponto de vista diferente daquele aprovado pelo grupo significa o risco de exclusão do grupo, o que nesse estado mental significa uma espécie de morte.

Lembre no começo do artigo que eu escrevi que para um bebê ser abandonado pela mãe é risco de morte? Então, as linhas se cruzam nesse estado mental infantil: o que era verdadeiro enquanto bebê parece verdadeiro enquanto adulto.

O inocente acredita piamente

O tema central do artigo é o medo do abandono, que é parte das características do bebê que existe em cada um de nós.

Já deve estar claro que o medo de abandono de um bebê é ligado à sobrevivência física e o medo de ser abandonado(a) num relacionamento importante ou por um grupo na vida adulta é uma projeção dessa memória.

Questão é que no estado mental infantil a pessoa acredita nessas projeções da mesma forma que uma criança acredita nos pais.

E para que haja uma possibilidade de desenvolvimento, a pessoa deve escolher pelo desenvolvimento da sua maturidade psicológica.

Essa é uma das maiores aventuras que um ser humano pode viver e ela passa necessariamente por assumir responsabilidade pelas suas escolhas e pelas suas ações.

Tomar a própria vida nas mãos

Um grande mestre do século passado, George Gurdjieff dizia que a natureza nos leva até certo ponto, depois disso a nossa evolução depende de dos nossos esforços.

Pois bem, nesse artigo estou descrevendo o estado psicológico ligado ao medo de abandono.

Questão é que enquanto adultos, nós temos a possibilidade de aprender a nos cuidar, e isso depende da nossa condição enquanto adultos de aprender a lidar com o nosso mundo interno.

Projeções e expectativas fazem parte das relações interpessoais.

Quanto menos projeções e expectativas, mais adultas e mais possíveis são essas relações.

Quanto mais projeções e expectativas presentes nas relações, mais essas relações são direcionadas pelos estados mentais infantis.

Como lidar com Projeções e Expectativas

O primeiro passo para lidar com qualquer mudança de um estado interior é escolher fazer isso e sustentar a escolha.

A partir disso, começar a reconhecer esse território interno é o próximo passo.

Isso pode ser feito através de um inventário das relações passadas. Nesse inventário nós podemos encontrar padrões e padrões se repetem.

Depois de reconhecer os padrões existem algumas abordagens que possibilitam lidar com os padrões e as emoções associadas. EFT é uma das ferramentas mais simples e eficientes disponíveis nesse sentido.

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